O Brasil contabilizou 1.463 incidentes de feminicídio no ano passado, equivalendo a aproximadamente um caso a cada 6 horas. Esse é o maior número registrado desde a promulgação da lei contra feminicídio, em 2015.
O dado representa um aumento de 1,6% em relação a 2022, conforme apontado no relatório divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quinta-feira (7). A pesquisa indicou que 18 estados apresentaram uma taxa de feminicídio superior à média nacional, correspondente a 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres.
Mato Grosso liderou os estados com a maior taxa no ano passado, registrando 2,5 mulheres mortas por 100 mil.
Empatados em segundo lugar, os estados mais afetados foram Acre, Rondônia e Tocantins, com taxa de 2,4 mortes por 100 mil. Na terceira posição, o Distrito Federal registrou uma taxa de 2,3 por 100 mil mulheres em 2023.
Por outro lado, as menores taxas de feminicídio foram observadas nos estados do Ceará (0,9 por 100 mil), São Paulo (1,0 por 100 mil) e Amapá (1,1 por 100 mil).
No entanto, a pesquisa destaca uma ressalva em relação ao Ceará. Desde a tipificação da lei em 2015, a Polícia Civil desse estado reconheceu um número consideravelmente baixo de feminicídios em comparação com o total de homicídios de mulheres, sugerindo uma expressiva subnotificação.
Em 2022, por exemplo, de um total de 264 mulheres assassinadas no estado, apenas 28 casos foram tipificados como feminicídio, representando 10,6% do total de assassinatos.
Desde a implementação da lei contra feminicídio, quase 10,7 mil mulheres foram vítimas desse crime. Não há dados anteriores devido à ausência de legislação sobre o assunto.
Quanto à distribuição regional, o Centro-Oeste registrou dois casos de feminicídio para cada 100 mil mulheres. A distribuição por regiões ficou da seguinte forma:Norte: 1,6;
Sul: 1,5;
Nordeste: 1,4;
Sudeste: 1,2.
Apesar de ter a menor quantidade de casos em comparação com o restante do Brasil, a região Sudeste apresentou o maior aumento de feminicídios em um ano, passando de 512 vítimas em 2022 para 538 em 2023.
(Foto: Agência Brasil)
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